Rasgou meu potreiro ao meio

Recortou a várgea bem no meio.

Veio as maquinas grandes espantando a potrada

que mais ali era o rodeio.

Repartiu bem no meio a invernada de trás das casas

meu rodeio de pia se acabou.

Findou com um rompante de maquina pesada

que veio do povo.

Passou por cima da vertente

não deixou ouvir a passarada

Levou as arvores do capão.

E o patrão não pode fazer nada

veio um senhor de capa preta com o lei de atrás

pagando o espaço onde iam fazer a mudança

no curso do rio.

que ia tranqüilo pra um lado pra outro.

Que foi arrancando terra pra uns

e pra outros parte de minha historia

que dos potros que por ali ajeitei pra o freio

de quando era mais piá corria carreira até fim do potreiro.

Da vertente que moldou as pedras beirando o aramado

que faz divisa.

Agora miro o mesmo poente com o rio

que ainda vai tranqüilo fazendo remansos

Mas agora cruza por perto mais perto

que antes.

Que sumiu com o meu potreiro de piá

e agora fica somente em minha lembrança

de guri de galpão mirando na minha memória

de meu potreiro sem que o tempo pudesse

me acordar desse recuerdo.

Ginete
Enviado por Ginete em 26/08/2011
Reeditado em 03/09/2011
Código do texto: T3182545
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