Lanceiros Negros

Valente e firme nas peleias,

Em minha cabeça vão passando as cenas!

De quando o minuano lhe espalhava as milenas.

A entrar na batalha era sempre o primeiro,

No teu ímpeto sério de guerreiro,

Sem medo na frente ia avançando

E mesmo ferido seguia peleando,

No calor dos entreveiro !

Assim eram aquelas lutas,

Do negro aqui no sul,

Era o mais guapo dos chirus

Na defesa deste chão...

Onde defendias com paixão,

Era firme feito um ferro,

Que já assustava o inimigo só com o berro...

Eiraaaaa... quando já vinha de lança firme na mão!

Pelas historias que escrevestes com o próprio sangue

Com teu rompante guerreiro e selvagem.

Que se boleava pedindo passagem,

Vestindo só um trapo, e de peito descoberto,

Mas com os dois braços aberto,

Farrapo feito em frangalhos.

Não se importava com os talhos,

E nem com as coisas do destino incerto!

Deus te deu , hó lanceiro negro gaúcho

Que jamais corria, ou quebrava penacho,

Essa coragem restrita do índio macho

Que ostentaste desde de 35,

E que tanto orgulho agora eu sinto

Por ti que bem ou mal!

Lutaste por um ideal

E venceste pôr puro instinto!

Por isso é que quando o perigo vinha,

Com Gavião no comando você seguia junto,

Nem que ali na frente virasse defunto.

Ou terminasse quebrado, aleijado e cego,

Mas mostrava ao caramuru... “Eu não me entrego,

Sou lanceiro negro, luto, morro e não grito

Pois estou apenas cumprindo o destino maldito

E honro o sangue farrapo que nas veias eu carrego!

E ao saber que morreste peleando

Na batalha do poncho verde pelo destino cruel.

Sem dar nem pedir quartel.

Sem a lança poder ter empunhado,

Mas com honra seguiste do mesmo lado,

Por isso mil vezes me perguntei,

Pôr que Caxias, Davi ou Moradei,

Não estavam ali para lutar ao teu costado?

Porque nas Guerras da vida,

Nossos heróis se contentaram com um empate!

E deixaram os lanceiro negros pro arremate

Sem armas, abatidos, feridos e torto ..

Sem abolição reconhecimento ou conforto

Que eram os ideais dessa guerra,

Mas ficou aqui o teu exemplo e tua façanha,

Que hoje serve de modelo a toda terra,

Pois um homem não pode servir de barganha...

Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 08/08/2011
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