Duas estrelas

A min o patrão velho me regalou

duas estrelas.

Estrelas xiruas que ostento em

meus garrões.

Que me botas de potro

faço meu serviço.

Nunca puder ter mais que isso

talvez seja merecimento de vida plena.

Sempre tive que agarrar o céu com as mãos

pra ter flete bueno fiz uso da estrelas

que se arinconaram em meus garrões.

Você prenda em flor

da melena cor de ouro

sempre teve o campo e os bastos

nas mãos...

Sempre foi a filha do patrão

no mais um vivente jogado pelo mundo

a enfrenar e enfrentar potro

por pão e plata.

Me orgulho de minha raça guerreira

de topar parada nesse malinos.

Pra fazer pingos pra os domingos dos outros.

que me sobram as minhas estrelas.

Estreludas na nazarenas que choram

e as vezes milongueão pelo caminho

polvorento.

Ginete
Enviado por Ginete em 21/07/2011
Reeditado em 03/09/2011
Código do texto: T3110179
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