Na estampa

No semblante de Don Inácio

Um verso perdido em algum

Mate que proseava

Depois da lida.

Ainda de pouco sob os bastos

Agora arrasta espora

Pela ramada vazia.

Num vento que se bolca

Entre a zerga que enxuga o suor

Um andejar que pelo no do lenço

Guarda o rumo

Entreo céu e galpão

Fica alma que andante

E se faz mais estrada.

Num olhar que vai se perdendo

Mirando e sorvendo

Pateao pingos atados

E potros buenos.

Na volta de mais um entardecer

De lembranças dormidas

E outra de recuerdos

Ficam entre o céu e o galpão

Um andejar...

Que talvez no semblante

Que Don Inácio se faz em cor

Entre um mate e outro

Lembra do tranco largo

Rumo aguada e do trote

Estendido rasgando o verde

Que pelo horizonte

Um céu azul que dorme

Entre as almas...

Que sem querer esboção

Pelo semblante.

As vezes sem querer

Um pouco da alma

Que se garante na lida

E se faz em espera mirando o horizonte

Entre o céu e o galpão.

Ginete
Enviado por Ginete em 15/11/2010
Código do texto: T2615828
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