Nos olhos da noite grande

Aos olhos da mesma noite

Almas que se perdem pela

Volta de um entardecer

Onde as esperas se vão silentes

Com lidas e porfias.

Aos olhos da mesma noite o poema

É eterno.

Que charla de amor,

De verso e canção...

Que até pelo moirão da

Poteira da frente, nem negada

Do flete escarçendo na frente.

O índio se bolca.

Aos ojos da mesma noite

Vejo almas andarilhas

Que caminham coxilhas

Na sina de ver as cosas.

Que talvez por algum pueblo

Desses em que índios de campo,

Se perdem sem querer muito

Encontre a copla perdida de uma

Estrela.

Aos olhos da mesma noite

Rondas de campo, se emlobunan

Buscando pelo boralho do fogo

As cosas que ontem ficam lejos.

Das velhas casas em que na pressa de um

Mate bueno, se caia a tarde

Com os olhos da noite

Assistindo o tempo.

Aos olhos da mesma noite

Me procuro entre xergas sovadas

Pelo suor da cavalhada

Em que me paro quieto a cismar.

Que aos olhos da noite

Me vou a buscar meus olhos

Por essas estrelas tão longes.

Ginete
Enviado por Ginete em 13/06/2010
Código do texto: T2318269
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.