Indo no Povo

Cruzei de bigode repartido

Pelo largo do corredor.

Ia de atrás de percanta

E bailongo.

Na zaina das encilhas

Buena de boca e tranco.

Me larguei antes da hora

Banho tomado e barba aparada.

Sei que logo pela entrada

Da vila vou beber uma canha

Lá no galpão, depois me largo

Ao tranco pra o rancho,

Para bailar a carcaça.

Talvez me esbarre por alguma

Linda guaina que passe bailando

Pela volta das madrugadas.

Ando correndo china,

E bailongo procurando

Que não acho pela lida

De todo dia.

Abro peito e largo um Sapucaí

Junto ao corredor, e lhe toco

Com as garras de prata nas paletas

Da zaina que vai troteando.

E já sinto o cheiro do carreteiro

Lá do galpão, e da prosa sem

Muito pesar com o Zé e as comparsas

Que deve estar por lá.

Depois agente se larga

Proseando de Pansa cheia

Pra os lados dos bailongos

Lá do rancho sem pensar na volta.

E que tem lida no outro dia

De enfrana potro e sova cavalo

Delgaçado pelo galpão.

E se volta de bigode repartido

Pela boca manhã que vem

Despontando pelo largo do horizonte

Proseando com Zé.

Tocando as esporas ao passo na zaina.

Ginete
Enviado por Ginete em 19/03/2010
Código do texto: T2146535
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