PSEUDÔNIMO

Não foi um mau presságio

Subjugar o meu corpo

Até me deixar frágil

Quisera o escopo

As palavras ficaram no divã

Aturdia o chão os assomos

Sem o espelho de écran

Ou o pudor do biombo

Não só espevitado era o sorriso

Sua boca denotava a rebeldia

A língua orbitava feito guizo

Abluia o gosto nas papilas

O seu perfil era uma incógnita

Desafiando a decifrar-te

Tão lépida e sórdida

Fez de mim mártir

Aprazia a sensação de torpor

Durante o furor que ousava

A cama parecia um ofurô

E ofegantes as lufadas

Com as almas arrebatadas

E os corpos coniventes

Passei a observá-la

Do leito ausente

Ao exuberar em paredes de vidro

Distava somente alguns passos

Como abnegar daquele viço

E do convite ao parnaso...

Encolerizadas erigia as suas mãos

A lousa agora era o box do chuveiro

Curvei-me ao ponto de ebulição

Na verve de deliberar teu anseio

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 03/04/2024
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T8033993
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