FRUTO DO PECADO

Em um jardim de sensações proibidas,

Desponta ela, a fruta mais suculenta,

Mistério e encanto, sabor que aguça,

Meu desejo por sua essência tentadora.

Pele macia, doce aroma exalando,

Como pêssego, do sol se alimentando,

Curvas suaves, um convite ao toque,

Rosa rubra, paixão que me provoca.

No olhar ardente, brasas cintilantes,

Saboreio, com ânsia, seus encantos,

Fruto raro, em cores extravagantes,

Ela é fogo que incendeia meus cantos.

Permita-me, ó musa, colher seus frutos,

Embriagar-me nesse néctar sagrado,

Viajar em cada nota dos seus lábios,

E sentir o doce calor compartilhado.

Óh, mulher, és meu desejo oculto,

Teu aroma em minha mente se perpetua,

Entre lençóis de prazer, nosso tumulto,

Nossos corpos se unem em doce dança crua.

Que a noite se renda à luxúria dos desejos,

Como uvas maduras, a se entrelaçar,

Envolvidos na teia dos nossos anseios,

Em cada beijo, um novo gosto a provar.

Fruta rara, és fonte de desejo e loucura,

Em teus segredos, a paixão se fortalece,

Nossos corpos, num abraço, são escultura,

O prazer e o amor se tornam prece.

Que o tempo pare nesse instante fervoroso,

Em teus lábios, ó fruta, eu me embriago,

E, entre suspiros, sussurros amorosos,

Nossos corpos dançam, num desejo afago.

Assim, o desejo em mim perpetua,

Mulher, és meu anseio tão voraz,

Que nessa dança, em tua pele nua,

Eu me rendo ao sabor que nunca se desfaz.