Ósculo

Deixa-me, oh lânguida criatura,

Beijar-te os lábios de cereja ardente,

E na delícia dessa hora impura,

Fazer-te um verso em cada movimento.

Em teu semblante há raro fulgor,

E teus olhos são dois faróis acesos,

Conduzindo-me ao éden do amor,

Onde meus desejos são confessos.

Ah, sim, teus lábios são açoitados,

E eu sou o algoz que os faz tremer,

Mas, com fervor, em cada beijo dado,

És minha musa, a me enlouquecer.

Que embriaguez, que febre, que delírio!

Deixa-me em teus braços esmorecer,

E sê a flor que em meu jardim cultivo,

A bela rosa que eu sempre vou querer.

Não temas a paixão, oh doce amada,

Pois em teus braços me encontro em paz,

E na volúpia dessa noite enamorada,

Somos apenas dois corpos em um só compasso.

hewie
Enviado por hewie em 20/05/2023
Código do texto: T7793189
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