À Flor da pele (reedição a pedido)

Ao sentir teu perfume, meu corpo por inteiro pulsou mais forte.

A imagem que formatei em minha mente não podia ser mais autêntica, tu estavas tão perto que foi possível sentir teu pulso acelerar.

Sem ansiedade, sem pressa, seguimos os sinais que nossos corpos mandavam e, gradativamente, invadíamos nosso próprio ser.

Nada importava ao redor, sabíamos que aquele instante era só nosso, e que devíamos usufruí-lo por inteiro.

Seu lindo vestido, levemente aberto, deixava teu corpo exalar um convite irrecusável, despertando meu libido, dando-me a certeza de aquele instante seria eterno, desde que soubéssemos tê-lo só pra nós.

Ao sentir teu aconchego em meu colo, passei a navegar em tuas ondas, que iam e vinham, fazendo o Universo conspirar a nosso favor, fazendo a natureza liberar toda sua energia sobre nós.

Teu doce olhar, uma mistura do encanto da rosa e o brilho do lua; tua suave voz, uma mescla do canto de um pássaro apaixonado e a cascata que penetrava a mata virgem, não deixava dúvida: pedias que te tomasse por inteiro.

Seguro teu cabelo com as mãos, beijo teus olhos como querendo sugar o néctar que passas a liberar pelos poros; acaricio teu corpo exposto sobre aquele lençol de pétalas do outono a ponto de não sabermos quem é quem. Somos um só desejo: dar-nos um ao outro.

Na completude do côncavo a preencher o convexo, e vice-versa, cada toque despertava um pulsar e dava motivo para irmos adiante.

Sentia teu cavalgar altaneiro, uma autêntica amazona, que nos conduzia por caminhos dantes nunca pisados.

A cada curva, novo gesto de carinho me ordenava: continua!

Tua pupila dilatada era como faróis a nos guiar.

Sem pressa de chegar ao destino, íamos apreciando a paisagem da estrada, fazendo-a cada vez mais longa a cada posição tomada.

Aos poucos o suor que brotava do teu corpo misturava-se ao meu. Convictos de que estávamos cada vez mais perto do cume, desacelerávamos o passo para gozar mais uma pausa, voltar à base, e beber do néctar que nos reconfortava e nos fazia ir em frente, sabendo que a qualquer momentos estaríamos saciados.

A rocha, por fim, vencida pela leveza da água, queda-se...

Foi um instante longo, tão longo, que ficou eterno, proporcionando a fusão de desejos e vontades totalmente correspondidos.

Raio Eterno
Enviado por Raio Eterno em 14/06/2017
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