Invado seu corpo.

Invado o seu corpo como a lagarta

jaz envolta a crisálida,

hospedeiros somos, um do outro,

na mesma morfose, anjo e homem,

na podridão da carcaça.

Desfragmentadas em retalhos

e em pequenas lágrimas, esquartejados,

à alma dos que morrem,

estamos nus deteriorados.

Em pé, estamos, um do outro,

de frente e de traz, deito sobre o seu corpo

entre as suas pernas, entro,

coloco as mãos no seu pescoço

te estrangulando e te fazendo gemer,

geme os prazeres sujos da prostituição.

Eis o nosso prazer.

Toda essa euforia frenética,

me faz mais te desejar e desdobrar,

o ensejo mais sórdido,

agindo os instintos mais carnais e antigos,

que desde ao longo do tempo não foram extintos.

olhando em seus olhos, me desfazendo,

beijo à sua boca, me perdendo, em você,

provando, o doce, gosto, amargo, como sua carne.

Ruíram nossos dias como as flores,

murcharam as pétalas em escombros,

subvertendo o medo com estrondos,

gastaremos a matéria até ficarem podres.

Judeu Yehudi
Enviado por Judeu Yehudi em 20/04/2017
Código do texto: T5976522
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