Delírio
Bebi na sua fonte emoção ao êxtase fui alçado
Não bastasse a taquicardia ao vê-la
Estar por seus braços enlaçado
Este torpor prende, não quero ser libertado
O âmago da questão é mais quente
Do que o argumento usado
O diálogo corporal iminente
O corpo torna-se quente e suado
Bocas sedentas ficam úmidas
Os seios ao tórax são roçados
Há confusão de pernas e coxas
Dois corpos no mesmo espaço
Sente-se arranhada as costas
Unem-se côncavo e convexo
Os olhos ficam cerrados
Tornamo-nós desequilibrados
Não caimos por estarmos deitados
Os corpos tornam-se elásticos
Como imãs ficam grudados
Esgotam-se ficam extenuados
Murmuram uma língua estranha
Nem um ao outro entendeu
Só entendem quando falam o corpos
Retesou, tremeu, esmaeceu.
Montteiros Dalton