Molhada
Ah essa chuva que cai sem parar sobre a gente
Molha sua camiseta branca e a deixa transparente
Cola no seu corpo, contornando-o sem deixar espaços
Eu quero abraçá-la e protege-la em meus braços.
Louca e inusitada mistura de proteção e desejo
Minha pele queima, minha boca arde por seu beijo
Nossos olhos se fitam e gritam o que não é pronunciado
Esse infinito desejo que pulsa , impossível de ser controlado.
As mãos sôfregas se perdem em alagados caminhos
Tateiam pétalas, receiam encontrar espinhos
O tempo pára, a ampulheta bloqueia a areia
Não há predador e presa, apenas uma enorme teia.
O frenesi é premente não vê hora ou lugar
O imâ puxa as partes separadas para se encaixar
Não há certo ou errado, sequer há julgamento
A paixão comanda e orquestra cada momento.
A rua vira cama, o banco se transforma em leito
O coração parece querer saltar de dentro do peito
Não vemos além de nós, nem nada nem ninguém
O prazer incontido não quer mais ser refém.
Nossas pernas estão deliciosamente enroladas
De uma forma quase impossível de serem separadas
Não sei onde começo ou onde você termina
Ah você me enlouquece totalmente linda menina.
Me movo como uma maré que precisa ser cheia
Inebriado pelo seu doce canto de sereia
Em ondas insistentes galgando espaços
Abrindo e rompendo nós,fechos e laços.
Você me recebe plena, sem nenhum pudor
O brilho ímpar dos seus olhos reflete esse Amor
Tudo parece parte de um infalível plano
É mais que perfeito, sem qualquer engano.
Ao piscar os olhos, de repente , tudo desaparece
Você está em sua cama sozinha, quase enlouquece
Foi um sonho, mas tão concreto que está encharcada
Ainda não foi real, mas quem sabe na próxima madrugada ?