Molhada

Ah essa chuva que cai sem parar sobre a gente

Molha sua camiseta branca e a deixa transparente

Cola no seu corpo, contornando-o sem deixar espaços

Eu quero abraçá-la e protege-la em meus braços.

Louca e inusitada mistura de proteção e desejo

Minha pele queima, minha boca arde por seu beijo

Nossos olhos se fitam e gritam o que não é pronunciado

Esse infinito desejo que pulsa , impossível de ser controlado.

As mãos sôfregas se perdem em alagados caminhos

Tateiam pétalas, receiam encontrar espinhos

O tempo pára, a ampulheta bloqueia a areia

Não há predador e presa, apenas uma enorme teia.

O frenesi é premente não vê hora ou lugar

O imâ puxa as partes separadas para se encaixar

Não há certo ou errado, sequer há julgamento

A paixão comanda e orquestra cada momento.

A rua vira cama, o banco se transforma em leito

O coração parece querer saltar de dentro do peito

Não vemos além de nós, nem nada nem ninguém

O prazer incontido não quer mais ser refém.

Nossas pernas estão deliciosamente enroladas

De uma forma quase impossível de serem separadas

Não sei onde começo ou onde você termina

Ah você me enlouquece totalmente linda menina.

Me movo como uma maré que precisa ser cheia

Inebriado pelo seu doce canto de sereia

Em ondas insistentes galgando espaços

Abrindo e rompendo nós,fechos e laços.

Você me recebe plena, sem nenhum pudor

O brilho ímpar dos seus olhos reflete esse Amor

Tudo parece parte de um infalível plano

É mais que perfeito, sem qualquer engano.

Ao piscar os olhos, de repente , tudo desaparece

Você está em sua cama sozinha, quase enlouquece

Foi um sonho, mas tão concreto que está encharcada

Ainda não foi real, mas quem sabe na próxima madrugada ?

Ello
Enviado por Ello em 31/01/2016
Código do texto: T5529192
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