Cumplice
"De onde estou encarrego-me da inquietude,
Teus olhos me remetem a tragédia,
A um drama particular,
De onde és? Quem és?
Corpo que nasce do corpo,
Corpo que empresta-se a outro corpo,
Lapidando-me de mãos suadas em noite quente,
Lambendo-me a barriga até tremer,
Degustando-me em mordidas espalhadas,
Esfriando a vontade de não mais largar-te,
Pois voltam-se os pudores,
Encontram-se os segredos,
E espero que em teus olhos de medo,
Encontre a tragédia que necessito,
E a cumplicidade que ficou nessa noite."