Confissões de um padre

Eu amo o Senhor, meu Deus, de todo o coração

A Ele quero dedicar minha vida, com exatidão

Porém, confesso que não aguento

Quando no altar eu me sento

E fico a contemplar

Uma moça tão bonita e tão formosa

que ao se ajoelhar fervorosa

Vive, suas coxas, a mostrar

Oh, que coxas! Parecem tão macias e delicadas

Que só de imaginá-las

Faz-me estremecer e suspirar!

Confesso que me sobe um fogo debaixo da batina

Quando olho aquela menina

Que no primeiro banco vive a sentar

Ela me olha intrinsecamente

Com o seu olhar ardente

Que faz todo o meu corpo arrepiar

Confesso que espero assiduamente

Conto os minutos sequentes

Para o momento do “Pai nosso” chegar

Onde o coroinha menino

Com inocência e desatino

Põem-se, minha mão, a pegar

Oh! Não sabe ele a sensação que me provoca

Quando a minha mão ele toca

Fazendo-me excitadamente ficar

E aquela freira pequenina

Que de tão bela me fascina!

Sua pureza de menina

Faz-me vigorosamente delirar

Por isso, meu Deus, te peço perdão!

Perdão pelos meus desejos carnais

Que de tão fortes e reais

Me provocam tamanha devassidão!

Que nesse mundo perverso

Maldoso e adverso

Tu não me deixes cair em tentação!

Anadália Paula
Enviado por Anadália Paula em 25/06/2015
Código do texto: T5289598
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