Na carne

A carne queima

numa teima

entremeada,

estremecida.

Permanece,

oxida o tempo,

suspende-se rígida

para depois largar-se

em queda livre.

A carne é quente,

faz ferver o sangue,

é molhada de suor,

grita de dor,

sorri por amor.

Move-se pesada,

escrava da ânsia

encravada,

enervada,

que só se acalma

quando se consome

até a fadiga.

A carne se destrói,

mordida,

mastigada,

e se reconstrói

costurada em grandes nós.

A carne geme,

e treme,

temendo não ser

cálida,

viva,

vermelha.

Vermelha como os

lábios da mulher

amada.

Hans Cristian Koch
Enviado por Hans Cristian Koch em 12/11/2013
Código do texto: T4566931
Classificação de conteúdo: seguro