SEM PUDORES

 
 Conheço os cantos teus
como conheces os meus;
minuciosamente explorados
por mãos e lábios abusados.
 
Se acaso tínhamos pudores,
perdemos, ante os ardores
dessa paixão desmedida
que aquece a nossa vida.
 
E na minha cama desfeita,
entre lençóis amassados,
a cada carícia feita
nos sentimos mais amados.
 
Quando te vais, em mim guardados,
ficam os fluidos de ti emanados
que eu bebo e me embriago,
sorvendo-os trago a trago...
 
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RJ, 11/03/12