A Boca

E beijar a boca que essa garrafa de água molha

A boca que me adora, a boca que me devora

Que me engole e que me mata a sede

A boca de coração, por onde meu coração se perde

A boca divina, que me promete o paraíso

Que me fala besteiras que necessito ouvir

Que me jura amor, que me provoca

e pede para que a deliciosa tortura cesse.

A boca que guarda os alvos dentes que rosnam,

que se cerra para gemer.

E que esconde a alma mortal, a língua viva, indecente

Objeto maior da minha luxúria e do meu desejo

que despeja versos em meu ouvido,

que se enrola em versos para lamber o José,

que saliva ante aos olhos verdes.

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 06/11/2008
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T1268577