O CERTO E NÃO SABIDO

Quando viventes transitam no cercado,

(ainda que antes de lavar o rosto)

sequer damos a eles Bom-dia!

Tudo porque os temos por perto

e isto torna comum o encontro.

Quando estes se somem das cercanias,

e os sabemos vivos,

(mesmo que em local incerto)

cada moirão da estrada real

é motivo para um Bom-dia!

E se estes já passaram por nós

no azulego-flecha dos temporais,

se já perdemos o matungo encilhado,

de nada adianta encompridar a charla.

Resta, por vezes, esperar o boitatá

num dia de verão, quando a graxa

salpica o pasto da memória.

Do livro, inédito, DE QUANDO O CORAÇÃO ABRE A CORDEONA 1978/ 2005.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/882381