A VIDA POR ESTAS BANDAS

Minhas Mutuns são cidades que se abraçam
Temperando o tropeiro feito com a poeira
Sou apenas homem observando insignificâncias
E sendo observado pela pedra Invejada.
 
As estradas nas quais deixei meus passos
Estão vazias e feridas com a maldade a galope
A vida por estas bandas é menos que um grilo
O capim é um resmungo na boca da vaca aleatória.
 
Minhas Mutuns são cidades que se beijam
Apimentando o angu feito de milho novo
Sou apenas homem rascunhando histórias
E sendo rascunhado pelo destino pétreo.
 
As ruas nas quais tropecei por causa da pressa
Estão vazias e solitárias em invernos inconvenientes
A morte neste canto da vasta e lenta Minas Gerais
São acasos de um roteiro rascunhado pelos coronéis.
 
Minhas Mutuns são cidades que se encaixam
Como letra e música da canção proibida
Sou apenas homem escutando a melodia do vento
E repensando as certezas que o ontem me ofertou.
 
As rotas que tracei entre duas estrelas no céu
Não guardarão meus passos apressados em fuga
Feito abacate e açúcar no copo do liquidificador
Minhas Mutuns se misturam no triturar dos sonhos.
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 18/05/2021
Reeditado em 18/05/2021
Código do texto: T7258734
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.