SÃO PAULO CIDADE DE PEDRA
Sou filha de uma cidade de pedra,
Onde os pássaros não cantam mais...
Sou filha de uma cidade de pedra,
Que já não tem o esplendor de outrora,
Onde não se contempla mais;
O simples cair da aurora.
Sou filha de uma cidade de pedra,
Onde não se valoriza mais o belo;
O trato feito em comunidades;
Como simples sinal de elo.
Sou filha de uma cidade de pedra,
Onde não se contempla mais o céu...
Não se escuta o barulho das águas;
Cultiva-se somente mágoas.
Sou filha de uma cidade de pedra,
Que não saboreia mais;
As trivialidades da vida;
Por ser a mesma, muito corrida.
Sou filha de uma cidade de pedra,
Um verdadeiro arranha-céu...
Que nos trancou em muralhas;
Transformando-nos em gentalha.
Sou filha de uma cidade de pedra,
Que não tinha essas características;
Mas se tornou populosa;
E muito...muito grande e numerosa
Por isso, deixei-a e fugi.
Eu hoje sou adotada...
Por uma cidade de gente.
Gente que se conhece;
E ainda se cumprimenta.
Que não vive uma vida corrida;
Ainda vê no cantar dos pássaros...
A magnitude da vida.
Hoje sou adotada...
Por uma cidade;
Onde posso contemplar o céu...
Que valoriza o belo;
Sem deixá-lo ao léu.
Eu hoje sou adotada...
Não por quem me gerou,
A cidade que amei;
E que também me amou.
Mas por uma cidade de gente,
Que mesmo não sendo da minha semente...
Fez-me relembrar o que era ser gente.
Mas vem se transformando aos poucos;
Numa cidade de loucos.
Uma cidade de gente,
Que anda a adotar muita gente;
Terei que procurar de novo;
Outra que me adote;
Não quero mais cidade de pedra;
Terei que dar o pinote;
Para não esquecer novamente;
O que é viver plenamente....
AO PASSAR POR AQUI FICARIA FELIZ DE VER SEUS COMENTÁRIOS E CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMA ABORDADO. ABRAÇOS.