CANÇÃO DO ASILO



Do lugar onde nasci
Saí quando era criança
E para o Rio segui
À procura de esperança

Sem alegria de vida
Cheguei a esta cidade
Onde fui bem acolhida
Com doçura e amizade

Já no primeiro momento
Que meus pés tocaram o chão
Esqueci o sofrimento
E tomei esta decisão:

— O meu lugar pra viver
É o Rio de Janeiro
Aqui, eu quero crescer
E morar o tempo inteiro!

A minha terra é tão bela
Nem parece uma cidade
Mas parece uma aquarela
Das telas da divindade!

Minha terra tem prazeres
Que em outro canto não há
Desfrutamos de lazeres
Que só existem por cá


Minha terra tem Mangueira,
Tem Portela e Beija-Flor
Mercadão de Madureira
E pedras do Arpoador.

Para quem tem muita garra
Dinheiro e disposição
Indico as ilhas Cagarras
E o morro do Alemão...

As praias de Ipanema
Copacabana e Leblon
São paisagens de cinema
Que jamais perdem o tom.

Dentre as inúmeras partes
Que esta cidade partilha
Há o Museu de Belas Artes,
Também Porto Maravilha!

No Corcovado aparece
Abraçando com amor
Toda a cidade em prece
Nosso Cristo Redentor!

Imponente e magistral
Bem no centro da cidade
O grande Municipal
É motivo de vaidade!!!

Mesmo com tanta riqueza
Cuja arte é toda humana
Grande parte a natureza
É a artista soberana:

Nossas manhãs são mais belas
Nossas tardes mais ardentes
Nossas noites mais singelas
Nossas vidas mais contentes!

Temos o lindo orquidário
De uma beleza sem fim
Que se tornou relicário
Do maestro Tom Jobim

Minha terra nos deu flores
Para enfeitar cada dia
Deu-nos Cartola e Dolores
Vinícius, Chico e Zaquia

Deu-nos Zeca Pagodinho
Orlando Silva e Bibi
Dick Farney e Cavaquinho
Carlinhos Lira e Cauby

Cada flor é um troféu
Presente da divindade
Algumas vivem no céu
Outras perfumam a cidade.

Lamentavelmente agora
Falo do que é evidente
Pois não posso deixar fora
A dor que meu peito sente

Esta cidade querida
Amorosa e acolhedora
Vem sendo muito agredida
De forma ameaçadora!

Minha linda terra sente
No íntimo certa tristeza
Por saber que sua gente
Não preserva a natureza...

Minha terra tem favela
Onde mora aquela gente
Que faz da casa uma cela
Por medo de delinquente...

Minha terra tem milícia
Que intimida os moradores
Por sorte tem a polícia
Que defende os sofredores

Minha terra tem também
Pessoas batalhadoras
Que de ônibus ou de trem
Não se acham sofredoras

Enfim, minha terra tem
Belezas pros olhos meus
Não invejo a de ninguém
Ela é um presente de Deus!

Omagem disponível em:

https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+s%C3%A3o+conrado&biw=1242&bih=566&tbm=isch&imgil=48h4cn6bgEBkYM%253A%253BtPxhHAZ-wQYTmM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Floucosporpraia.com.br%25252Fpraia-de-sao-conrado-rio-de-janeiro%25252F&source=iu&pf=m&fir=48h4cn6bgEBkYM%253A%252CtPxhHAZ-wQYTmM%252C_&usg=__AWcUOhnd8erHf7BHZCcR7jtzpV4%3D&ved=0ahUKEwit6Pbb_f_NAhUJkJAKHfI6CpAQyjcINQ&ei=6lmOV63LC4mgwgTy9aiACQ#imgrc=hXD9rYefODLGcM%3A

 
Lídia Bantim
Enviado por Lídia Bantim em 19/07/2016
Reeditado em 20/07/2016
Código do texto: T5702559
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