Cowboy Bão de Tacho
Não tenho medo de alma penada,
muito menos de cara feia,
sou cowboy, sou peão,
já pesquei minha sereia.
Não meto a mão no que não é meu,
meu serviço eu faço em casa,
quem pula fora não sou eu,
mas no meu ninho eu bato as asas.
Homem que é homem é assim,
não fica de galho em galho,
arranja uma muié direita e planta capim,
não se perde no baralho.
Monta em cavalo bravo,
pode doer que não vai arregar,
come pimenta malagueta com cravo,
sabe realmente o que é amar.
Já falei e torno a dizer,
com a muié dos outro nunca vou bulir,
pode ter muié sortera querendo fazer,
mas é lá em casa que o avião vai subir.
Lá em casa eu tomo conta,
cuido da muié, assumo que sou macho,
o trem lá é bão demais da conta,
sou cowboy bão de tacho.
De dia eu levo sol,
de noite olho pra lua,
pode trazer o farol,
que eu prego lá na rua.
Muié minha não passa vontade,
o desejo é bem atendido,
tem a minha fidelidade,
mas com ela eu faço amor bandido.
Minha muié eu agrado,
a dos outros deixo pra lá,
tem muié criando gado,
a minha só sabe me amar.
Quem quer respeito,
respeito tem que se dar,
sou aquele sujeito,
que tem o dom de amar.
Eu sou bão de cama,
mas só lá em casa desempenho o meu papel,
homem de verdade é aquele que ama,
que vive sempre em lua de mel.