Cowboy Bão de Tacho

Não tenho medo de alma penada,

muito menos de cara feia,

sou cowboy, sou peão,

já pesquei minha sereia.

Não meto a mão no que não é meu,

meu serviço eu faço em casa,

quem pula fora não sou eu,

mas no meu ninho eu bato as asas.

Homem que é homem é assim,

não fica de galho em galho,

arranja uma muié direita e planta capim,

não se perde no baralho.

Monta em cavalo bravo,

pode doer que não vai arregar,

come pimenta malagueta com cravo,

sabe realmente o que é amar.

Já falei e torno a dizer,

com a muié dos outro nunca vou bulir,

pode ter muié sortera querendo fazer,

mas é lá em casa que o avião vai subir.

Lá em casa eu tomo conta,

cuido da muié, assumo que sou macho,

o trem lá é bão demais da conta,

sou cowboy bão de tacho.

De dia eu levo sol,

de noite olho pra lua,

pode trazer o farol,

que eu prego lá na rua.

Muié minha não passa vontade,

o desejo é bem atendido,

tem a minha fidelidade,

mas com ela eu faço amor bandido.

Minha muié eu agrado,

a dos outros deixo pra lá,

tem muié criando gado,

a minha só sabe me amar.

Quem quer respeito,

respeito tem que se dar,

sou aquele sujeito,

que tem o dom de amar.

Eu sou bão de cama,

mas só lá em casa desempenho o meu papel,

homem de verdade é aquele que ama,

que vive sempre em lua de mel.

Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 05/09/2015
Código do texto: T5371195
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