Alma de giz

Desenhada em mim mesma,

Trago em minha alma de giz

As sombrias cores vivas

De um apagado quadro negro

A iluminar meu semblante

A sorrir sempre o medo

A espreita no olhar cansado.

Terminada em meus traços

Como uma silhueta de minha

Alma de giz embotada como

Névoa numa lagoa, acolho

Toda a cálida melancolia

De estampar no rosto de

Inascida alquimista a candura

De frígida beleza atemporal.

Nas batidas surdas do giz

De minha destilada alma

Retomo o ardor com que

Recolho as cicatrizes de cada

Sorriso que insisto em

Pintar de novo nos lábios

Ao recostar os cansados ombros

No meu eterno leito de sombras

A cada noite de estrelas mortas

A ninar sempre meu (des)velado

E imorredouro sono.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 07/03/2019
Código do texto: T6592086
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