Quimeras Falácias e Tudo o Mais
Oh sim sou um drogado latente
Tão somente navego no desvario
E em falácias venturosas desafio
Por um fio vivo e afio sou ausente
No presente vivo o meu passado
Qual drogado de quimeras verborrágicas
Essas mágicas pela qual sou eu segredo
No degredo de meu cárcere desbotado
Caronte e barco do além me acompanha
Na campanha de viver meu dia a dia
Sou maestro sem nenhuma maestria
Veterano do horror e da vergonha
Minha dor é pueril e dispersa
Tão perversa se assemelha ao amor
Mas se sou assim sou o que sou
Um Quasímodo vil mas sem promessa
Essa conversa de que a vida é bela
É balela sandice e non-sence
Mais do mesmo que a esmo ah nem pense
É um inferno com pintura de aquarela
Por ventura a tristeza tem beleza
Vossa alteza sabe o peso da solidão
Da tosca e lúgubre estranheza vastidão
E do deserto do coração; realiza
Sabe o que é uma angústia desvalida
A ferida a sangrar o tempo inteiro
Ser primeiro na derrocada da vida
Derrotado transpassado e derradeiro
Que loucura de mim se apossou
Para em versos dizer essa heresia
Que horror que profana essa poesia
Não se engana o gostar nem com a dor
O amor é maior que isso tudo
Quero mudo ser se estou errado
Sou culpado sou danado e demente
Inocente por amar e não ser amado
Quimeras Falácias e Tudo Mais – Farias Israel – mar-2018