Filhos das sombras

Uma parte de mim entrevê

Toda a maré de escuridão

Em que estamos submersos,

Outra parte tenta não se afogar

Na luz que, sombria, nos rodeia,

Num abraço de viva morte que

Nos abarca nos mais esquecidos

Recantos de nosso outrora adormecido

Âmago mais recôndido da alma.

Nos abençoando com a mais

Doce maldição existente, que

Faz de nós, almas mortas, os

Filhos das sombras que já somos

Desde que tocados pela suave

Mão calejada do destino,

Temos em nós mesmos

O ardor da morte no momento

Do parto nosso ao sentir

Na pele a amarga doçura

De toda a sombra que nos

Quebra a mente nos momentos

Em que sufocados ficamos

Pelo abraço da vida.

Karen Samira Yagami
Enviado por Karen Samira Yagami em 11/03/2018
Código do texto: T6277180
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