MORIBUNDO

Silencio visita?!

Silencio nesse recinto adoentado

as vistas estão ansiosas

com a vida do coitado.

Que em seu leito de agonia

interroga todo dia...

para onde vou seu doutor?

Não me deixe partir assim

tenha pena, por favor,

aquela pena de amor.

Uma pena que não despena

não voa e nem bate asas

uma pena de pura pena

só me deixe ir, para casa.

Seu doutor... E o corredor

com tantos olhos calados

caras e caras de silencio

e semblantes desconfiados?

Parece-me tanta dó

como se já fosse finado

não me deixe ir seu doutor

tenha pena desse coitado.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 11/11/2016
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