Alvas madrugadas
 - não me iluminam o coração
Não escondem
 - noites perdidas de solidão
Nem o ranger das tabuas onde me deito
Triste ardor abandonado que carrego no peito!
Doença, pedras que ladeiam os dois gumes da faca
Sofrimento, dor de uma alma em si apenas fraca!
olhos que se enegrecem ao translucido sorriso
friamente calculista, de mim não fazes juízo,
feres-me a alma, dormetemente negra, suicídio,
campa que me chama ao leito onde repouso
em mim as ideias elevadas em marcha fúnebre!
 
Nas alvas madrugadas,
ergo-me em tristes manhãs,
banho-me no sangue em que sofro
e arrasto-me sem luz
de negro vestida
cabisbaixa pela vida...


 
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 28/08/2016
Reeditado em 28/08/2016
Código do texto: T5742931
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