Estrada sem fim

Correndo atrás da liberdade que não mais tem

Tentando abrir as portas que seu coração trancou

Procurando as chaves em meio a tantas outras

De corações que se perderam na escuridão

Um mar de lágrima se forma nos olhos

Daquele que um dia soube sorrir

Lábios ressecados pelo vento frio

Pele embranquecida pela luz da lua

Senta-se a beira da estrada da vida esperando que ela desabe

Torcendo para que tudo se acabe logo

Para que sua dor não se agarre em sua alma

Mas os gritos não saem de sua cabeça

É essa mesma alma suplicando por liberdade

Só o que há é a estrada

Não há como se libertar dessa agonia que só faz lhe aprisionar em vida

Desanima saber que o fim é apenas o começo

Desanima saber que quando termina não significa que acabou

Lembranças mortas de uma vida que não acaba

Lembranças mortas de um coração sem razão

O mundo ao seu redor parece frágil mas luta bravamente pelo que ainda lhe resta

À de quem pudesse fazer de si como este mundo, que não cobiça e nem desgraça um outro alguém

À de quem pudesse fazer da mente um porto seguro, que lhe erguesse sem fazer mal a mais ninguém

A neve queima a alegria dos condenados

O choro acalma e lhe consola o sacrifício

O sangue amortece a dor no peito causado pela clemência não concedida

Nem alma pura é liberta do purgatório

A dor lhe torna mais forte para o que virá

As pedras não terminam no encontro ao mar de lágrimas

Só se escondem no lugar mais fácil para te derrubar

História não acaba quando termina

Só recomeça em um outro lugar

Lutai aquele que crê que a felicidade é possível

Lutai quem ainda pode se levantar

Levanta aquele sem medo do imprevisível

Que ainda possui forças para voltar a sonhar

Restori
Enviado por Restori em 14/10/2015
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