Estrada sem fim
Correndo atrás da liberdade que não mais tem
Tentando abrir as portas que seu coração trancou
Procurando as chaves em meio a tantas outras
De corações que se perderam na escuridão
Um mar de lágrima se forma nos olhos
Daquele que um dia soube sorrir
Lábios ressecados pelo vento frio
Pele embranquecida pela luz da lua
Senta-se a beira da estrada da vida esperando que ela desabe
Torcendo para que tudo se acabe logo
Para que sua dor não se agarre em sua alma
Mas os gritos não saem de sua cabeça
É essa mesma alma suplicando por liberdade
Só o que há é a estrada
Não há como se libertar dessa agonia que só faz lhe aprisionar em vida
Desanima saber que o fim é apenas o começo
Desanima saber que quando termina não significa que acabou
Lembranças mortas de uma vida que não acaba
Lembranças mortas de um coração sem razão
O mundo ao seu redor parece frágil mas luta bravamente pelo que ainda lhe resta
À de quem pudesse fazer de si como este mundo, que não cobiça e nem desgraça um outro alguém
À de quem pudesse fazer da mente um porto seguro, que lhe erguesse sem fazer mal a mais ninguém
A neve queima a alegria dos condenados
O choro acalma e lhe consola o sacrifício
O sangue amortece a dor no peito causado pela clemência não concedida
Nem alma pura é liberta do purgatório
A dor lhe torna mais forte para o que virá
As pedras não terminam no encontro ao mar de lágrimas
Só se escondem no lugar mais fácil para te derrubar
História não acaba quando termina
Só recomeça em um outro lugar
Lutai aquele que crê que a felicidade é possível
Lutai quem ainda pode se levantar
Levanta aquele sem medo do imprevisível
Que ainda possui forças para voltar a sonhar