Desejo de Poeta

Ai!Como dói o peito meu

Um corpo frágil e macilento,

És este que se perdeu.

Ai!Como dói o peito meu

O coração sangrou-se e emudeceu.

Chegastes tão cedo em minha vida triste e sem sorte

És minha sina... Chegou-me a morte.

Corpo virginal, jamais tocado por uma donzela.

Velem-no por três dias na sombria capela.

Minha mortalha é negra, meu corpo és pálido.

Estão sem brilho, meus olhos vidrados.

Deixe-me aceso o círio na cabeceira

Em minha eterna alcova, rodeiam-me o corpo de rosas vermelhas.

Do peito, não me tirem a eterna amada.

És a única que me amou... Deixe-me ao peito a cruz ansata!

No jardim sem cor, és profundo ao lado do cipestre.

Está aberta a porta do meu túmulo, minh’alma entristece.

Anjos dos céus orvalham um sereno pranto

Era tão jovem! Morreu sofrendo o pobre insano.

Sepultaram-no o corpo mancebo, em uma sombria tarde,

Caiu uma tempestade de melancolia, do vasto céu escarlate.

Lembre-se sempre de seu coração de poeta, sentimento profundo.

Descansará pela eternidade,

Fecharam-se as portas de seu túmulo...

Fernando Mendonça
Enviado por Fernando Mendonça em 30/08/2014
Código do texto: T4942844
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