Desejo de Poeta
Ai!Como dói o peito meu
Um corpo frágil e macilento,
És este que se perdeu.
Ai!Como dói o peito meu
O coração sangrou-se e emudeceu.
Chegastes tão cedo em minha vida triste e sem sorte
És minha sina... Chegou-me a morte.
Corpo virginal, jamais tocado por uma donzela.
Velem-no por três dias na sombria capela.
Minha mortalha é negra, meu corpo és pálido.
Estão sem brilho, meus olhos vidrados.
Deixe-me aceso o círio na cabeceira
Em minha eterna alcova, rodeiam-me o corpo de rosas vermelhas.
Do peito, não me tirem a eterna amada.
És a única que me amou... Deixe-me ao peito a cruz ansata!
No jardim sem cor, és profundo ao lado do cipestre.
Está aberta a porta do meu túmulo, minh’alma entristece.
Anjos dos céus orvalham um sereno pranto
Era tão jovem! Morreu sofrendo o pobre insano.
Sepultaram-no o corpo mancebo, em uma sombria tarde,
Caiu uma tempestade de melancolia, do vasto céu escarlate.
Lembre-se sempre de seu coração de poeta, sentimento profundo.
Descansará pela eternidade,
Fecharam-se as portas de seu túmulo...