Botão de Rosa

Na imensa e gloriosa sombra do céu

A tristonha... Escrava chuva

Banhava-se em gotas de fel

Bebia do mundo toda a tristeza, toda cicuta.

Do rosnar da noite surgia o broto

A terra rasgava-se em sangue o solo rude

O galho espinhoso que nasce do sofrimento térreo és belo e gracioso

O amor só nasce da melancolia e da virtude...

Com o envelhecer do tempo

O galho gera um botão, flor majestosa.

A flor gerada da dor, inda jaz em solene sereno,

A gerada flor úmida de veneno, pigmenta-se do sangue, do sofrimento e da discórdia.

Na insana madruga

O botão se desabrocha

Diante da lua prateada

Diante os espinhos, emerge da solidão um carmesim botão de rosa.

Fernando Mendonça
Enviado por Fernando Mendonça em 29/08/2014
Código do texto: T4941576
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