NA MINHA LÁPIDE

Pedra – PE, 18 de outubro de 2000.

Na minha lápide não quero choros.

Só quero clamores de poesia.

Não quero que minha pálpebra

Se feche ao meio dia.

Na minha lápide não quero tristeza

Só toque fúnebres de sinfonia.

Não permito que meu semblante

Se descolore com agonia.

Na minha lápide não quero lágrimas

Só quero sussurro de poesia;

Não quero choros nem velas

Só fachada de elegia.

Na minha lápide não tem congênito

Nem amigos, nem alegria.

Só tem escuridão e medo

E um pouco de melancolia.

Na minha lápide eu quero um rádio

Pra ouvir clamores de elegia

Pra onde eu estiver

Lembrar-me das coisas que fazia...