A cidade
Como? A cidade eis aqui erguida
e eu nem um cisco a ela teci,
ando assim sobre as ruas ávida,
onde dos meus irmãos o sangue crepita
e à errante ausência só se pode mentir.
O mundo se é na completa,
e eu só agora nasci,
o povo em reta aos milhões,
sonho com infindos raios no porvir,
o mundo é teu, teu sangue jaz aqui.
E atrás de tudo nessa metrópole
se vê fervente a crescente morte
que na madeira polida, se foi um sonho
nas horas sob a quente avenida, viu se o tempo ir
sem que junto a seu povo a fizesse fulgir
Na rareza do condor, se vê o cisco de um sonho
onde não é dona do mundo essa tríplice
onde raios iluminam todas casas, e delas se pode fugir,
onde o limite é a morte, e não se morre de suprimir
onde na noite, milhões de estrelas calorosas dançam enfim.