Estranho

um sujeito é suspeito na vida

o cidadão sem nação na ideia

essa pessoa ecoa na avenida

a criatura se segura na boleia

enquanto a cidade dorme

um estranho vaga pela rua

outro acorda de uniforme

esse cochila abaixo da lua

labuta quem sustenta o filho

escuta a dor que vem da casa

disputa na mesa aquele milho

chuta esse balde com a brasa

adormecida está a piedade

gente que sofre dificuldade

o ente fora dessa sociedade

uma alma nessa banalidade

descansa a mão na esperança

larga a ilusão com sobrecarga

balança a porção da mudança

alarga essa noção de descarga

Marcondes Schifter

Poeta&Jornalista

MarcondeSchifter
Enviado por MarcondeSchifter em 17/02/2023
Reeditado em 17/02/2023
Código do texto: T7721100
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