O congo é aqui

Insanidade, presente

Crueldade, atual

Ódio, confesso

Insensatez, coesa

Impunidade, exposta

Justiça, afastada

Segurança, distraída

Insensibilidade, declarada

Desumanidade, revelada

Brutalidade, organizada

Discórdia, sempre

Selvageria, inerente

Raiva, a mil

Direito, distante

Truculência, contemporânea

Indecência, ligada

A civilização, fugiu

Empatia, fora

Solidariedade, ausente

Compaixão, alheia

Distribuição de renda pra cima dos de cima

Miséria para os debaixo

Fome no alicerce

Opulência no alto

Como deve ser?

Pobreza é a base

Riqueza no topo?

Mata se para dar o exemplo

Mostrar de quem é o lugar,

Indicando seu canto refugiado

De onde vem ?

Beco do pobre, esfomeado, favelado

Veio buscar o quê?

Do que mesmo fugia?

Moïse Kabagambe não saiu

veio buscar o Congo

como milhares outrora, empurrados, encarcerados

obrigados, veio achar abrigo

na escravidão que não acabou

Só se atualizou, foi envernizada

Deram um colorido especial

E a colocaram como peixe a ser visto

Que de vez em quando erra o ponto

que dizem ser seu lugar de fala!

Joga-se acima d’agua,

quebra os ossos, perfura-se os órgãos internos

não bateu na cabeça, até chamou o S.A.M.U.

para socorre-lo

mas a fatalidade , infelizmente não falha e o matou

No lago do chafariz

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 02/02/2022
Reeditado em 03/02/2022
Código do texto: T7443037
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