DESNOMINADOS
No conforto dos nossos lares
E sobrando alimento no fogão
Tudo é silêncio mundo a fora
Quando o outro sofre em solidão
Aconchegados em leitos quentes
Com travesseiros e lençóis macios
A indiferença quase sempre é vasta
Passam despercebidos os dias frios
E estes, que nas ruas padecem
Sub-existindo de forma escrota
Em meio a toda essa hipocrisia
Fugindo de uma chacina a outra
E dor que em seus corpos, grita!
Socorro! Eis-me aqui! Eu tenho fome
É a mesma, que lhes torna feras!
São a "sarjeta"! Quais seus nomes?
Todos esperam braços que acolham
Ações que os encaminhem ao bem
Alguns sofreram tanto na vida
Já outros, foram um dia, alguém.