Onde o pobre se aventurou

Encima do morro

Na beira da encosta

Na vizinhança da barreira

Alojou-se

No prédio antigo fez sua morada

Na indústria do entretenimento

Aventurou

Vender os frutos do seu trabalho

Buscar o reciclável

Ganhar o pão, nas fábricas;

Nas ruas, nos becos, nas esquinas.

Onde fosse útil, preciso,

Lá estava presente

O que queria o que procurava?

Viver com dignidade e trabalhar, nada mais.

Mas a morte orgulhosa, ciumenta, ambiciosa e voraz;

Sempre esteve de mãos dadas com a má politica.

Atrelada com a leniência

Parente mais próximo da irresponsabilidade

Sagaz transita amiúde

Pela imiscuidade publica e privada

Articulando uma solução insustentável.

Proclama sem pena a tortura

Em alto e bom som.

Morreras nas águas da chuva!

Perecerás na lama!

Carbonizarás no fogo!

Esse é preço de sua aventura

Oh pobre por se aventurar!

O risco era eminente

O perigo ali habitava

A montanha de lama clamava

Sai dai que eu quero passar

A encosta descrevia o caminho

A árvore ameaçava abraça-lo

Todos os dias

Mas você não enxergava e nem ouvia

Oh pobre, esse é o preço de se aventurar.

De querer viver a vida com dignidade

E só trabalhar!

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 10/02/2019
Código do texto: T6571360
Classificação de conteúdo: seguro