LETRAS DO TESOURO

Minha pele,

Apólice do reino, do império

Que tento descontar na república.

Descrita por um segundo no primeiro hino

Mas sem fé pública.

"Nós nem cremos que escravos outrora,

Tenha havido em tão nobre país".

Derme.

Antropomórfico códice de cicatrizes,

Interpretação da luz;

Maior órgão, punho, sangue e coração

Desdenhadas juras tatuadas

Na palma, no corpo todo,

Lindando meu eu

Com o seu.

Publicado em Cadernos Negros 33

Quilombhoje - São Paulo - 2010

Página 106

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 16/11/2018
Reeditado em 16/11/2018
Código do texto: T6503883
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.