Esfomeando

A tristeza bateu à minha porta

Tinha o rosto de criança desnutrida

E Pediu-me de mãozinha estendida

As sobras do meu prato de torta

Eu lhe dei o resto do meu prato

E a vergonha era tudo que eu tinha

Por me ver travestido em fino trato

Ter tão pouco, mas ter mais do que ela tinha

A propaganda contra a miséria e a fome

Não faz mais do que servir de estética

Quem a cria a conhece só de nome

Fica sendo uma situação patética

Se o dinheiro dos impostos que pagamos

Não parasse em mãos inescrupulosas

Desviado ou roubado assim digamos

Fome e miséria seriam apenas prosas

Mas que nada, tudo não passa de papos

Da propagando que se mostra engraçada

E as crianças disputando com os ratos

O pão mofado que no fim vira piada

Esfomeando/Farias israel

Farias Israel
Enviado por Farias Israel em 29/12/2017
Reeditado em 29/12/2017
Código do texto: T6211851
Classificação de conteúdo: seguro