Acessibilidade ao amor, cadê?

A rampa do Planalto.

Rampas não são invenções

do mundo moderno,

mas desde que foram criadas,

elas ficavam onde exatamente

tinham que ficar.

São poucos os parlamentares

cadeirantes,

quase que menos do que necessário,

assim como os nossos salários,

historicamente e inversamente proporcionais,

a quem sempre necessitou de mais.

Acessibilidade a educação,

nesse país de analfabetos,

para formar bons médicos,

que poderiam curar

a suposta invalidez,

o que reduziria o número de próteses

e cadeiras

e nessa besteira de ideia

que me ocorreu agora,

botar pra fora toda a criatividade,

mas essa criatividade,

depende de uma rampa de acessibilidade,

que na verdade não foi concluída,

porque naquela vida

e naquela avenida,

não trafegam deficientes

e nem os indigentes do Sistema de Ensino

e por falta dessa rampa,

a universidade fechou.

E nenhum aluno se formou.

E nenhum aluno se tornou professor

e foi a dor quem mais diplomou.

Dor de dente,

dor de gente carente,

dor pela falta de educação

e foi em vão a pichação

em muros,

porque não temos um fruto maduro

e será o futuro quem revelará a maior dor:

a dor da falta de amor,

que sempre faltou,

para que fôssemos menos carentes

e até descontentes e tudo isso porque,

ver e querer resolver,

são duas rampas,

que não se encontram,

mas que são direcionadas

a um mesmo poder.

Mas, relaxe rapaz,

pois mesmo para os considerados

NORMAIS,

não é mais garantido o direito

de IR e VIR.