Mendigo

A mão estendida na esquina da rua

Quase sempre voltava vazia para o colo magro

Que no frio do chão se estendia.

Vez ou outra, uma moeda franzina,

Caía esmolada na palma da mão,

Que o braço cansado

Trocava pelo pão.

Fico imaginando a história,

Por trás da miséria

Que esconde esse olhar

Na solidão.

Ninguém se condena assim

A ser refém da fome,

Sem ter uma razão.

Um amor perdido,

Uma perda sofrida,

Uma dor, uma decepção.

Só um baque muito forte

Pode condenar um homem

A se rastejar por esta vida,

À espera da morte.

maria do rosario bessas
Enviado por maria do rosario bessas em 04/12/2017
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