Dona Limpinha

Ela mora nas calçadas

Sem teto, sem documento

Lava seus trapos com esmero

E deixa secando ao vento

Ninguém sabe de onde veio

Mas sabem que tem família

Que abandonou a pobre

Só por ter esta mania

De limpar tudo que vê

Dia e noite, noite e dia

Não sei de onde ela tira

Água, sabão e vontade

Pra lavar os seus pertences

Com tanta assiduidade

É simpática e faladeira

Conversa com seus botões

Relata experiências

Canta versos e canções

Acampada junto aos muros

Quando chove, ela some

Vai se abrigar do mau tempo

E matar a sua fome

Todos da rua torcem

Para que um dia, os seus

Resgatem Dona Limpinha

Que também é filha de Deus

Rosamaria Gurniak
Enviado por Rosamaria Gurniak em 24/11/2017
Código do texto: T6180841
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