TABLOIDE DOS MERECEDORES
A palidez da tarde que tarda
e das manhãs abrasadas
penetra a pele como febre fraca,
como gelo líquido e magneto de lava.
Penetra o sangue como eu fosse
uma bússola a apontar o fim
e um começo de nós, de eras.
Como fosse eu, amiga, em minha
medula, em meu crânio e minha face
a Nova-Terra desprendendo
nossa corrente, nossa irradiação
de um olho, uma caixa de tampos
aberta, promessas, em amor
oferto à toda urgente, pedinte,
necessitada humanidade.
Sobre a qual a luz da verdade,
quer se queira, quer não, por si só
impor-se-á delicada.
Desconheço o que disso ganharei,
não busco mais lucros ou perdas,
quinhão dado. É graça o que
se oferece à vista de todos,
sem distinção, um número científico,
numa tabela, ao máximo possível.
Num gráfico holográfico de tela.
Bem-vindos a esta novíssima tecnológica
Era.