NeoHipócritas

A noite era escura.

A cidade de toda vida,

Neons tingidos de branco a tons de purpura.

Pesos silenciosos,

Os ventos do mundo,

Carregando a sina de hipócritas pomposos.

Pensamentos arcaicos,

de pouca língua, de pouca cultura.

O martelo do mosaico,

Um golpe estilhaçante,

em corpo, carne, mente e alma.

Uma sina — Humilhante.

Doutrina tão antiga,

de pensadores retardados,

O triste sangue da velha cantiga.

O sangue que mancha,

por cor, por pele, por gênero, por vida.

A sombra da sombra em eterna redundância.

O triste golpe na esperança,

machados vermelhos de ignorância.

Aquela, maldita herança…

Oca gente de mente fraca,

que julga, que cospe, gargalha.

Maldita gente que fere com faca,

com punho e ofensa,

que destrói a alma com palavra.

Pregadores de ideais repugnantes,

seguidores de essências infernais.

Gente, de própria existência dissimulante.

É apenas ignorante?

É carente? Diferente?

É vontade de tribo?

É deprimente…

A mão estendida que indigita,

pesa na existência,

é uma consciência já montada, finita.

Preguiça de raciocínio.

Uma trincheira mental,

a prova da vida em declínio.

Foi genocídio…

Ainda é… Genocídio.

Sieg Heil…?

Salve a derrota.

Heil a hipocrisia,

Heil ao preconceito.

Salve…

Salve o mundo,

de tanta ignorância…