Criança Esperança, só que

O representante do lixo era um menino

Determinado pela escola este papel,

O teatro era metanálise do excluído;

Representação do delinquente sem céu,

Pois seu horizonte não tinha direção

E o futuro estereotipado como cão.

Sua mãe sofria de uma certa patologia

A cama seu descanso eterno de prisão.

Ele era um de vários irmãos, vivia no chão,

Vida sempre fria, logo cedo entardecia

E o menino se viu num papel todo branco.

Se tinha tal boca suja porque era franco.