Desesperança
O vento batendo em meu cabelo
Que bate em meu rosto, me lembrando o gelo
Gelo que estupra
Gelo que usurpa
A voz do labor.
É congelada a luz
Minha ferida em pus
Dói sem eu sentir a dor.
As teias de pensamentos
Resfriadas nesse tempo
Machado e foice no chão
E, sobretudo nas mãos
Até a última gota de suor
Até sangrar e o sangue escorrer
Para quem está no topo, beber
Em baixo, não há previsão de tempo.