Presos na gaiola

A gente que sumiu ou morreu

É gente como a gente

Mas ficou esquecida nos jornais

De quase trinta anos atrás

Se eu lutar pela poesia que sinto

Desaparecerei na noite?

Sumiria no vazio profundo da escuridão

Pela moral e bons costumes

Do tão falado bom cidadão

Opinião é coisa engraçada

E que não vale a pena debater

Eu fico no meu canto calada

Prefiro isso do que me meter...

Tem gente que não entende

De saudade

Ou da tristeza de não saber

Mas se é todo mundo gente como a gente

Para que fazer nosso igual sofrer?

Devolve pátria mãe

O filho pródigo engolido

Mas devolve bem cuspido

Que é para doer

Somos mesmo é como pequenos

(E pobres) passarinhos

Presos na gaiola da ignorância

Piando sofrido

Acharão que é canto bonito

Vão admirar sem entender

É triste ser assim tão doído

O povo vencido só tende a perder...

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 16/01/2017
Código do texto: T5884036
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