Fim da vida um alivio e o terreno do chão devo pagar?

Fim de um dia

Fulgor opaco

Insistente e extinta lanterna

Ocaso borrão no espaço

Na aparência de um injustiçado

Ou um lamento, uma queixa

De um ente que deu luz

...E brilhou

Somos feitos de pó

E ao mesmo pó voltaremos

Criatura e astro do mesmo fulgor

Compartilhamos o mesmo fim

Exceto que amanhã de manhã brilharás

E eu serei sepultado

Seria um alivio da dor, das perdas, dos deveres, responsabilidades

Da carga, da injustiça, da conta

Conta que paguei minha vida inteira

E agora mesmo na morte, irei quitar

Por isso meu grito nesta iniqüidade!

Iniciou-se o grupo, fez - se o social,

Criou - se o organismo chegou-se a um estado de coisas

Coisificadas pelo Estado; de lei,

De regras, de contribuições, de taxas

Funesto arcabouço, estrutura letal

No crepúsculo da existência do cabo da vida

Cobra ingresso final

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 14/01/2017
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