Lá pras terras das Alagoas

Dois meninos maus,

traquinas, de certo mimados,

como aqueles que se consideram

donos das ruas, dos bairros,

oportunistas, egoístas

e mal acostumados,

bem afortunados,

mas o que dizer aos seus filhos?

Que exemplos a dar e a copiar?

Quando eu crescer não vou querer ser como vocês.

Absurdamente patético, políticos de carreira,

como hienas na cadeia alimentar,

aproveitadores e usurpadores

de quem pouco ou nada tem.

Donos e danos, irreparáveis

e isso por aí, país afora,

até além dos domínios do Capitão Virgulino.

Diante de tantas injustiças

nos pseudo impérios de mentirinha,

ter fé ainda é o melhor remédio,

pois é inadmissível crer

que não haverá uma nova vida

aonde quem a vida inteira sorriu,

há de voltar para chorar

e lamentar o mal feito.

Cabrestos muito bem colocados,

num curral sistematicamente cercado,

cheio de animais muitíssimo bem marcados.

A marca da opressão.

Um dos menores Estados da Federação,

partido ao meio e entregue as traças,

em meio a farsas e tramas,

por parte de alguém sem a menor noção

de como o bem é bom.

Mas existe um Arquiteto maior.

Tem que existir.

Uma estátua não se molda sozinha

e nenhuma tela é pintada por si mesma,

por isso acredito,

que o rio só corre pelo sertão,

porque o sertão precisa daquele rio.

O que pretendo dizer com isso?

É que em meio a tanto abandono,

eis que surge um ser humano,

que com suas PÉTALAS,

consegue abrandar, com poesia,

aquilo que mais doía,

lá pras terras das Alagoas,

escolhida como parâmetro

para essa intenção de poema,

mas é pouco um anjo só para dois demônios,

mas o que nos serve de consolo,

é-que-a-esperança-ainda-não-morreu,

apesar de todos os vossos esforços,

meninos maus das Alagoas.