Somos um país de estuprados e estupradores
Desde que, primeiro, violentaram a família,
desdenharam da educação
e políticos passaram a mandar mais que os pais,
cidadãos são estuprados todos os dias,
até nos seus mais simples direitos,
adquiridos com muito suor, sangria,
com pouca alegria e sem alforria.
Estupro, expressão em moda.
Estupro, matéria na mídia,
apesar de já ser avô.
Não tenho um puto no bolso
e nem me enquadro em nenhum Estatuto.
O ECA não protege crianças e nem adolescentes,
o que era função dos pais,
até que eles foram estuprados e extirpados
do direito e dever de proteção.
O do idoso ainda não me atinge
e apenas serve para reafirmar o já afirmado,
desafiando o lei natural das coisas,
diferentemente do que ocorre do outro lado do mundo,
onde a maior lei é a da sabedoria.
Lei alguma nos protege e nem mesmo a Constituição,
nesse país de prostituição e caries nos dentes.
Então, por que crer que Maria da Penha as protegeria?
Lei é lei, crime é crime e pecou, pagou!
Todos nós já sofremos algum tipo de estupro,
senão moral, então bestial,
por conta dos estupros pelos quais a instituição família
já passou.
"Amai a Deus acima de tudo
e a teu próximo como a ti mesmo".
É tão simples, mas ao que parece,
nós é que gostamos de complicar.
Novas penitenciárias, pra quê,
se a maior prisão é ser estuprado,
impedido, desencorajado,
do meu, do seu, do nosso,
constitucional e supostamente
adquirido e simples direito
que é o de ir e vir.
Abençoado seja o Estado
que me deixa de braços atados,
desempregado
e sem exemplos a dar para os meus filhos,
se quando repito a expressão
de que "o trabalho dignifica o homem",
eles só fazem rir e saem por aí
e em casa só torcemos -e oramos,
para que retornem sãos e salvos.
A bala perdida não nasceu perdida, não,
apenas foi parar em mãos não devidas
e a dívida vai pra conta
de quem devia proteger
e não protegeu.
Creio que o bem nos esqueceu.